Os 45 anos e os 10 anos de vida na internet Os pioneiros do jornal "Voz de Portugal" deram corpo a esta publicaçГЈo no dia 25 de Abril 1961. A primeira ediçГЈo nГЈo foi sequer impressa em Montreal. NГЈo existiam na cidade condiçГµes para esse trabalho e, por tal razГЈo, a composiçГЈo tipogrГfica e a respectiva impressГЈo foram feitas em Lisboa, nas Escolas Profissionais Salesianas. O jornal, inicialmente quinzenГrio, tinha a sua própria filosofia polГtica de direita e a história ainda nГЈo apurou de que lado estava a razГЈo, se dos que defendiam certa estabilidade governativa, se os que alimentavam as lutas intestinas pelo poder, que decorriam dentro e fora do território nacional. Alguns meses mais tarde, conseguiu-se a impressГЈo numa tipografia nos Estados-Unidos, a Luso- American Press de Newark, que executava trabalhos em portuguús. Até que em Fevereiro de 1962 foram feitos arranjos com uma empresa italiana de Montreal, que tinha no seu pessoal um profisional luso, por sinal um tipógrafo muito competente, o José das Neves Rodrigues. Ironia do destino, o Neves Rodrigues fazia parte activa do movimento de oposiçГЈo ao regime de Lisboa e, como fiel anarquista declarado, nГЈo fazia o trabalho com gosto e entusiasmo. Esta particularidade demonstra o espГrito aberto dos responsГveis de "A Voz de Portugal" e certifica uma acentuada democracidade, que nem sempre teve correspondúncia por parte dos que combatiam a presença deste jornal na comunidade. Que fique isso registado! Trús directores em menos de quatro anos O nosso jornal teve como directores Artur Ribeiro, Luis Filipe Costa e Dúlio Barreto Rosette, 1961 a 1964. Até que em Janeiro de 1965 assumiu o cargo o nosso penultimo director Armando Barqueiro. A primeira medida tomada por este responsГvel foi de colocar "A Voz de Portugal" no centro da via, em termos polГticos. Da "Folhinha do Consulado", como ele classificava a publicaçГЈo que, obviamente, entГЈo seguia colada ao regime de direita de Salazar, passou a situar-se numa faixa do Centro, que conferia ao jornal uma maior credibilidade e espelhava o sentir da maioria dos portugueses de Montreal, além de seguir a linha de pensamento de Armando Barqueiro, que nunca acreditou em aventuras, nem se dispôs a atraiçoar as suas convicçГµes. Esse itinerГrio nunca foi desviado, até hoje, mesmo no perГodo confuso da RevoluçГЈo do 25 de Abril 1974, durante o qual as pessoas e os órgГЈos de comunicaçГЈo nГЈo foram muito bem credúnciados. Os anos subsequentes vieram provar as vicissitudes do Comunismo, teoria reduzida no presente Г sua expressГЈo mais simples, conducente Г perda de influúncia no espectro da polГtica mundial, que deixou de acreditar no milagre socialista de Karl Marx e nos processos criminosos de Staline. Nessa distante época, as capacidades técnicas do nosso jornal eram precarГssimas. RecebГamos pelo correio o "Diario de Lisboa" e dele extraГmos algumas notГcias publicando-as por colagem.
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